quinta-feira, 26 de janeiro de 2017

Como certas coisas nos tocam


À boleia de uma amiga destas redes sociais, obrigado Ana Karina, foi-me dado a conhecer. É vinho, é alentejano, está visto, e eu gosto dos néctares dessas bandas. Vou provar, decilitrando um destes dias essa uva liquefeita de modo a perceber se, como outros das mesmas paragens, é prazer que por instantes dure contra tudo. Mas antes mesmo das provas experimentais, já me contento com a exterioridade simples e com o sabor a romance que leio no rótulo. Misteriosa, provocadora, essa exterioridade, e desse exame feito em simples acto de visão fica-me o testemunho de outros sentidos. Os românticos entendidos que o digam, não vá o meu lado poético estar a perturbar-me a imaginação rigorosa dos detalhes. É que há mil maneiras de apreciar a beleza. Do romance, primeiro, do vinho depois. E mesmo que por vezes tudo seja um carrocel de fúrias espumantes, há sempre uma poesia que deve rastejar pelo ideal sentimental de cada um. Rastejemos pois pelas poesias súbitas em que há mistério e pelos sucos dóceis do Alentejo. Divirtam-se!
 

Mário Rui
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