quarta-feira, 22 de junho de 2011

Balanço do meu primeiro ano em Lisboa



Agora que terminou o meu primeiro ano de Mestrado em Lisboa, aproveito para vos revelar aquilo que de melhor a cidade me ofereceu.

Em primeiro lugar, quem estuda em Lisboa – e esses não me deixam mentir – sabe que a capital é mais propícia ao ócio e ao lazer, porque a oferta assim o permite. Por isso, aconselha-se uma daquelas caipirinhas que nos custam os olhos da cara – mas que valem a pena - neste ou naquele miradouro com vista para a cidade e para o rio Tejo, uma tarde às compras no Chiado ou um vinho branco nas casas de vinho do Bairro Alto, esse lugar especial que todas as noites parece diferente e que é impossível não gostar, principalmente nas noites em que a camisola fica em casa para nos deixarmos levar pelo calor da noite. E é muito, mesmo no Inverno.

Lisboa é também o local de alguns dos mais luxuosos e sofisticados clubes nocturnos do país e do mundo, clubes que se podem dar ao luxo de ter como proprietário o famoso actor John Malkovich ou orgulhar-se de ser o único clube do país a constar da lista do World’s Finest Clubs. E há também aqueles mais vulgares, mas que nem por isso desiludem os seus clientes que sempre saem satisfeitos depois de uma noite aberta para o Tejo com as luzes da pista a reflectir no rio.

Em Lisboa estão as sedes das mais importantes empresas nacionais e filiações de gigantes internacionais. Talvez por isso as oportunidades na capital sejam mais e melhores. É também verdade que, regra geral, se é melhor remunerado e há mais facilidade em arranjar emprego ou estágio e, por isso, o poder de compra é também mais elevado e a qualidade de vida mais cara.

Já vos falei da oferta que me parece ser bem maior do que a procura. Todos os dias da semana, sem excepção, há espectáculos, exposições, concertos, alguma coisa para ver, ouvir e sentir. Lisboa é literalmente uma cidade europeia. Tem movimento e dinamismo, tem a dimensão e o aspecto daquelas cidades que nos habituámos a ver nos postais das grandes cidades dessa Europa fora, tem ritmo e energia.

Não me posso esquecer das pessoas que tornaram a minha estadia em Lisboa mais fácil e gratificante, das boleias naqueles finais de noite que rapidamente se transformavam em dia, das amigas das minhas amigas, dos jantares caseiros, das confidências e daquilo que nos faz gostar das pessoas, mas que não se explica.

Em Lisboa conheci pessoas fantásticas e amigos que guardarei para a vida e que me conquistaram em bem menos tempo do que pessoas que conheço há muitos anos. Desculpem, mas é assim mesmo! É também mentira que os lisboetas sejam fechados e carrancudos. São simpáticos e hospitaleiros.

Não posso também esquecer o sotaque particular das miúdas da capital, da pinta das de Cascais e do Estoril, daquele jeito único e arrebatador que desarma qualquer homem e das turistas polacas, suecas e inglesas.

No fundo, só tenho de agradecer a quem de direito por me ter dado a oportunidade de viver e crescer com tudo isto e dizer-lhes que, felizmente, ainda não acabou!
Rui André

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