terça-feira, 23 de agosto de 2011

Algarve





Regressei do Algarve e estou de volta a Portugal. É pena! Começava a habituar-me a uma vida perfeita longe do meu país de origem. Mas como tudo o que é bom acaba rápido…

Com a minha ida ao Algarve vim a descobrir que a crise é selectiva e, curiosamente, detesta os ares do sul. Lá em baixo não há carro, casa ou iate que se deixe abater por ela, o que acaba por ser uma desilusão porque sempre me disseram que a crise é como o sol: quando vem é para todos.

Não tinha oportunidade de ir ao Algarve já fazia cerca de dez anos. Talvez por isso as coisas me tivessem parecido mais intensas, únicas e especiais. Da praia, do mar e das festas de final de tarde às noites quentes e às mulheres, tudo no Algarve tem um toque que parece muito pouco nacional.

Passar férias no Algarve faz-me sentir como se estivesse a passar férias em Miami, mas a pagar em euros. A água do mar é calma e quente – com temperaturas a rondar os 24 graus -, as pessoas fazem-me acreditar que as mulheres portuguesas são mesmo das mais bonitas do mundo, as festas de final de tarde na praia e que se estendem até à noite não deixam ninguém indiferente, a quantidade e qualidade de dj’s internacionais que por lá passa fazem os cartazes dos principais festivais de Verão parecerem para meninos e o ambiente que envolve tudo isso não se vê em mais nenhuma parte do país.

Mas o Algarve é cada vez menos nosso dada a quantidade de estrangeiros que por lá passa. Mas não deixa de ser menos entusiástico saber que temos algo de bom para lhes oferecer. E verdade seja dita, os preços que lá se praticam são um mimo para eles. Para nós, tudo no Algarve parece disforme e antagónico para um povo que, na sua grande maioria, sofre com as dificuldades económicas actuais.

Para mim, o Algarve passou a ser como um grande amor de Verão, mas daqueles que não ficam enterrados na areia e sem o qual eu não saberei viver a cada ano que passa.


Rui André


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