quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Padre benze fiéis com pistola


O facto parece insólito mas a verdade é que no México, o Padre Juan Rámón Hernández de Acatlán, decidiu dar a benção aos fiéis usando uma pistola com água benta. Tal acto só vem provar que nada é imutável, nem sequer quando estamos em presença de um acto litúrgico ou, se preferirem, num acto espiritual.

Seguramente já tínhamos assistido às mais inverosímeis façanhas, não só na actividade religiosa, mas também em outras áreas. A verdade é que esta prática no seio de uma comunidade religiosa é absoluta novidade e digna de registo. O padre lá saberá da razão, porventura utilitária, do uso da arma ainda que só ‘carregada’ de água.


Poderíamos pensar que afinal o dito sacerdote só se serve da água benta diferentemente da maior parte dos seus pares de função. Agora de pistola? Poderá estar nisto a essência da crise que a todos os mexicanos, em maior ou menor grau, afecta quando pensamos no narcotráfico que por essas bandas tudo varre em nome do lucro.

Porém, o que deve ser razoável e especialmente no culto católico é, quanto a mim, nunca se cultivar o absoluto nem o excesso.
Isso deveria ser pois a normalidade. No entanto, visto o assunto sob outro ponto de vista, poderemos estar também em presença de um padre cheio de arte.


E, como todos sabemos, o objectivo da arte, na maior parte dos casos é algo incompreensível. E ainda bem que assim é quando não todos éramos artistas.
Podemos igualmente chegar à conclusão que o sacerdote maior não pensa na igreja pela igreja.


É incapaz de se encerrar na relativa repetição do seu acto no templo divino e, então, aí é que entrará o bem supremo da sua vida e da vida dos outros. Ensinar de modo diferenciado a abençoar os fiéis fazendo-os acreditar que a sua actividade não se pode aferir pelos métodos correntes.


Vai daí e lance-se mão de uma outra obrigação para com Deus. Enfim, há tantas coisas no homem que infundem espanto! Não sei se será o caso, mas às vezes as pessoas imaginam que precisamos de chegar a velhos para ficarmos sábios.
Mas eu acho que nem sempre assim é.


Sr. Padre Juan Rámón Hernández esqueça lá a pistola, essa deve ficar sempre no fundo do poço, não vá o Sr. incutir nos seus fiéis o desamor pelo próximo, quando o exemplo não marca a postura é sempre infiel aos bons principios, podendo até levar a sua igreja e os seus actos com a água que benze, a transformá-la, à igreja, em saloon à boa maneira do oeste americano de anos idos.
Pistola com água ou sem água é sempre arma, do mesmo modo que cavalo amarrado também pasta.


Mário Rui

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