quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Memórias curtas


"Não podemos saudar democraticamente a chamada rua árabe e temer as nossas próprias ruas e praças. (...) Apelamos à participação política e cívica e à sua mobilização na construção de um novo paradigma". Em duas frases, este grupo de homens de esquerda liderado por Mário Soares apela aos que se opõem "a políticas de austeridade que acrescentam desemprego e recessão, sufocando a recuperação da economia" de forma a travar "a imposição da política de privatizações num calendário adverso" e o "recuo civilizacional na prestação de serviços públicos essenciais" como é o caso da saúde, a educação, a protecção social e a dignidade no trabalho."

In 'Económico'

Mário Soares que deveria estar na reforma e calado, pelo que fez e não fez ao país que somos, pela profunda vergonha que isso representa, ainda anda por aí a incendiar " a rua" e a apelar à revolta e indignação popular.Em 1985, este político que nos entalou de modo grave e entregou às mãos do FMI por duas vezes, era governante porque era o "amigo dos pobrezinhos" e como socialista convencia os papalvos a acreditar que iria solucionar politicamente os nossos problemas. A realidade impôs-se-lhe por mais que uma vez, mostrando-lhe os erros graves, mas nada aprendeu e pelos vistos ainda nada esqueceu. Por isso mesmo, para lhe lembrar o que dizia em 1985, perante uma situação de crise grave, fica aqui, a entrevista que concedeu à Grande Reportagem. Nenhum jornalista o vai confrontar com estes ditos antigos porque, como habitualmente, em Portugal o jornalismo, na maior parte das vezes, é do tipo "fatela" e Mário Soares sabe muito bem que assim é porque é a prova viva de que a mediocridade compensa. Ou será que já nem os jornalistas se dispõem a dar notícias que de modo didático elucidem e promovam a verdadeira cidadania junto deste luso-povo.

Mário Rui

Sem comentários: