domingo, 15 de abril de 2012

Titanic e mais Titanic




Há uma certa imprensa, nacional e estrangeira que, para deliciar o leitor e o espectador, que deseja ter a percepção nítida dos acontecimentos, acentua exageradamente os factos que deram um contributo, bom ou mau, à história mundial. O afundamento do Titanic é disso um bom exemplo. São crónicas, reportagens, evocações, filmes, estudos, respostas e interrogações que, volvidos cem anos, persistem na mente de quem os volta a tornar realidade. Uma realidade sobejamente dissecada pelo que nos dias que correm mais se assemelha já a uma especulação. Deve-se desejar que factos como o então ocorrido sempre fiquem indelevelmente marcados nas páginas dos compêndios de história. É uma boa maneira de aprender com o erro e corrigi-lo no futuro. Bem sei que é complicado encontrar a medida virtuosa para "dar" informação às pessoas. Resultado: é relativamente fácil suceder que uma notícia (evocação no caso) tenha excesso ou, pelo contrário, falta de informação. No caso vertente, parece-me haver excesso de "falatório". Assim, de uma forma mais simples, julgo importante deixar claro que uma notícia com muitas notícias e opiniões, é um provável convite ao espectador ou leitor para o deixar zangado. Por mim já me chega de Titanic, sem no entanto querer subvalorizar o que se passou em 14/15 de Abril de 1912. É que dar tal ampliação a coisa que se separou de nós há um século acaba por perder o direito absoluto à nossa delicadeza para com ela.


Mário Rui

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