segunda-feira, 16 de julho de 2012

Critérios que eu não apoio





A mim não me enganam vocês. Abomino tanto as trapalhadas de Miguel Relvas, quanto as vigarices de José Sócrates. Se quiserem só as escolares. Só não entendo é a razão pela qual os que hoje se manifestam em frente à  ‘casa da democracia’, pela demissão de Relvas, o não fizeram igualmente  aquando das sucessivas aldrabices socráticas. Realmente somos um pobre povo. É por isso que me apetece afirmar solenemente que, se pudéssemos convencer os homens maus,  desta grande verdade que é a coerência de cada um de nós, então teríamos um país melhor. Se fossemos coerentes, especialmente os que se manifestam só pelas causas que mais lhes interessam, em vez de o fazerem por todas as que nos prejudicam, então seríamos Portugal. Agora manifestações com dualidade de critérios só fazem de quem as promove gente que, pensando que se ocupa da má governação patenteada por políticos, governos e suas diversas formas, ordinariamente não sabe reger-se e muito menos governar-se a si própria. É gente que afinal se perde na imensidade porque foi formada somente para a localidade. Mais grave ainda é que de facto lhe é permitido escolher a localidade ao sabor da arbitrariedade e da forma como calam umas mentiras e vomitam outras. Assim não gosto do vosso modo de repulsa. Uma situação de repulsa radical, quer ela se chame Relvas ou Sócrates, exige uma revelação colectiva e nunca um fechar de boca para um e uma algazarra para outro. São os dois iguais e assim deveriam ser tratados. Cada um a seu tempo. Mas com igual coerência popular. Com acontecimemtos desta natureza, carregados de incoerências, nós e as gerações que lhes são contemporâneas não vivem esses mesmos acontecimentos – passam por eles.

Mário Rui

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