domingo, 9 de setembro de 2012

Impressão digital de jovem democracia






































‘O primeiro-ministro justificou sexta-feira, 7 de Setembo, as novas medidas de austeridade como uma resposta à “situação excepcional” de “emergência financeira nacional”, mas tal não significa que sejam provisórias. O Governo assume que o corte de um salário por ano tanto ao sector público como ao privado - pelo aumento das contribuições para a Segurança Social (SS) - tem carácter permanente. E, a haver reposição salarial, começará pela função pública.’

O que nós sempre quisemos foi o respeito da ética mas sem a mutilação de nós próprios e sem obrigações impossíveis: o espírito da responsabilidade e nunca o dever incondicional. Depois das liturgias da demo-cracia plena, eis-nos na hora do minimalismo ético. É este o caos a que o controlo dirigista dos costumes, levado a cabo por políticos sem princípios, nos levou. Não, não é a crise mundial. Se fosse, o mundo tal como o conhecemos, há muito teria desaparecido. Esse discurso reduz-se a galga, balelas! Os nossos legítimos desejos de satisfação, de felicidade e de realização íntima, foram de novo substituídos pelas exigências de renúncias e de austeridade. O que reina há já muito tempo são os desejos e direitos subjectivos dos que quiseram, e conseguiram, estabelecer esta nova ordem nacional. Em seu próprio proveito. Os coveiros históricos do meu país! É-me indiferente o nome pelo qual os devemos chamar. Todos eles, afinal, mais se assemelham ao homem que aspira a coisas grandes e que considera todo aquele que encontra no seu caminho, ou como meio para, ou então como retardamento e impedimento. Enquanto assim fôr, não gastarei a energia das minhas pernas nem a agilidade das minhas mãos, nem para um leve aceno de deferência pelas vossas pessoas. Atraso civilizacional. Regressão. Voltar ao princípio. São sinónimos da vossa estada por cá.

Mário Rui

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