quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Para a biografia de Mário Soares ficar completa, precisa destas entradas...

Aproveitando a colaboração de um comentador:

« Sob o governo de Guterres [...] os cofres do estado abriram-se generosamente para a Fundação Mário Soares. Instalada num edifício camarário, recebia 7 500 contos anuais do governo para arrendar um gabinete a Soares (a que este tem direito como ex-presidente). O Ministério do Ambiente [sabemos quem era o ministro?] atribuiu-lhe 300 mil contos para uma nova sede; só o partido «Os Verdes» questionou a relação entre a Fundação Mário Soares e o meio ambiente. No final de 2001, através do ministro da Cultura, Augusto Santos Silva, recebeu 6 000 contos só para digitalizar os arquivos [umas jóias guardadas: documentos inéditos do G.O.L. dos anos 1910-34]. Durante cinco anos, Soares obteve do estado, para a fundação, 752 807 contos.

[...] Após dois mandatos, quase octogenária, Maria Barroso ficou dispensada da presidência da Cruz Vermelha pelo ministro da Defesa, Paulo Portas. Gerou-se polémica de alta densidade, como se o domicílio dos Soares fosse a nação inteira.»

J. Freire Antunes, Os Espanhóis e Portugal, 1.ª ed., Oficina do Livro, [Lisboa], 2003, 521, passim.
« [...] O tal Soares aqui deu o espectáculo da sua mediocridade, da sua demagogia parva, e andou no meio da praticamente total abstenção dos portugueses, a fazer gestos vãos e gaffes valentes, com alguma audiência da esquerda, e o necessário amparo oficial. Aí a imprensa apresenta a viagem como extraordinário êxito de um estadista... etc. etc.. Seria necessário ler a daqui para ver como foi...»

Rio, 4.I.77. Carta do Professor Marcello Caetano ao Autor.

Joaquim Veríssimo Serrão, Correspondência com Marcello Caetano: 1974-80, 2. ed., Bertrand, Venda Nova, 1995, XXXV (p. 73).

Sobre a contribuição para a Fundação lembro-me muito bem da história dos 300 mil contos. Na altura já houve alguma polémica, por causa do valor e de ter recebido pouco tempo antes uma importância igualmente elevada.

Porém, este indivíduo vive sempre em estado de graça com os media, o que é bem exemplar da mediocridade e cretinismo dos que os dirigem. Isso por um lado; por outro subsiste a venalidade de serem subservientes para quem os adulou durante o consulado como presidente.

Porca miseria, como diriam os italianos.

in "Portadaloja", Setembro 2012

Mário Rui

Sem comentários: