sábado, 29 de setembro de 2012

Velhacos seres


















O meu continuado pessimismo e falta de respeito para com os políticos que nos levaram à ruína mais não me  dá senão a certeza de que nunca mais lá chegaremos.  Bem me podem alguns espectadores atentos tentar convencer  que a culpa foi do líder  A e não do B ou do C.  Todos eles foram demasiado maus na condução da coisa pública. E não se imputem culpas aos portugueses. Serão sempre os últimos a aceitar  qualquer factura que lhes queiram cobrar já que sempre foram os únicos que se sacrificaram, que  foram espoliados, despojados dos seus bens, afinal em nome de coisa nenhuma. E se de todo este  calvário houver, e há, fiéis depositários  e especialmente  infiéis ganhadores, então esses serão com toda a certeza os líderes que nunca tivemos, os partidos que nunca olharam para o bem comum mas antes  para o seu próprio umbigo, os sindicatos  que pararam o país ansiosos por sonhos inatingíveis,  os presidentes que fecharam os olhos e os apertaram bem para bem dormirem e  depois serem reeleitos.  Todos estes velhacos seres humilham e desabonam qualquer cidadão honesto. Não passam de seres litigantes e pretendentes. Valem pouco.  De resto, no ciclo em que estamos, o  único impropério que lhes devemos dirigir é mesmo de ´políticos’.  E como a fortuna de toda esta escumalha nos maltrata, ´político´  em Portugal já só significa  calamidade. O sistema, por cá, é um velho e ambicioso charlatão. Tudo se vende no grande mercado da tal política, menos juízo, o que falta a muita desta gente e não sobra a ninguém. Sem querer ofender as leis da civilidade, só me resta  acrescentar que, tomadas em conjunto, todas estas considerações apontam para a conclusão de que uma sociedade livre e responsável apenas pode ser criada mediante a participação activa dos cidadãos honestos como um todo. E o que jamais deve ser aceite é outra revolução que nos leve à instauração de um novo Estado que instale novos dominadores. Primeiro passo; acabar com os actuais. Meta seguinte;  queremos antes de mais apontamentos para um romance de vida que terá o mérito de ser verdadeiramente português. Então não  concedamos protecção aos maus comportamentos. Se voltarmos a usar o voto como arma, pois que seja para o despedimento colectivo da cáfila que nos desgovernou ao longo das últimas décadas. Há certamente outros melhores. É tudo uma questão de mudança.

Mário Rui

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