quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

O seu a seu dono












(Bastante crítico para com diversas classes da sociedade, Marinho Pinto acusou hoje o Governo, a polícia e os jornalistas de seguirem um “fundamentalismo justiceiro” e assegurou que, actualmente, “não há excesso de garantias nas nossas leis”, pelo contrário, “há demasiadas violações dos direitos dos cidadãos em alguns interrogatórios policiais sem advogados” e “há um fundamentalismo justiceiro de alguns polícias e até de jornalistas”.)

Imprensa escrita de hoje

Eu denuncio, eu denuncio e eu torno a denunciar. O verbo denunciar significa acusar em segredo. Mas também tem outro sinónimo. Dar-se a conhecer. O que pressupõe fazê-lo de modo a que todos percebam quem são os acusados. Pessoas com nomes. O bastonário queda-se sempre pelo mesmo teorema, o de agastar instituições que não sujeitos. Assim sendo, e com tanta denuncia anónima, eu que até sou um simples ignorante em matéria de administração da justiça, fico a pensar que a suposta aura popular é como a fumaça. Desaparece em poucos instantes. Até pode o bastonário ter razão no que diz. O problema é que o utente da justiça, de tanto ouvir gente que, assim como o eco, repete as mesmas palavras de modo interminável, só pode achar que o filantropo o é mais vezes por vaidade política que por virtude. E é pena. Especialmente quando o discurso é mesmo político e não do exclusivo foro da justiça que tanta falta nos faz. O seu a seu dono.

Mário Rui

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