sábado, 25 de maio de 2013

Portugueses preferem o subsídio de desemprego


















Ricardo Salgado: “Portugueses preferem o subsídio de desemprego” (Ver aqui)


O subsídio de desemprego já sofreu cortes significativos, em tempo e valor, nestes dois anos de troika. O FMI e a OCDE defendem ainda mais cortes nos relatórios apresentados em Janeiro e Maio, respectivamente, sobre a reforma do Estado, particularmente para os desempregados com mais idade e de longa duração. Uma ideia que começa a fazer o seu caminho fora e dentro do governo. Ontem, durante a apresentação das potencialidades do Alqueva a investidores agrícolas estrangeiros, Ricardo Salgado, presidente do BES, banco que apoia a iniciativa em, conjunto com EDIA, Empresa de Desenvolvimento e Infra-Estruturas do Alqueva, foi questionado sobre o elevado número de imigrantes a trabalhar na região e foi rápido na explicação: "Há imigrantes que substituem os portugueses que preferem ficar com o subsídio de desemprego". E continuou: "Se os portugueses não querem trabalhar e preferem estar no subsídio de desemprego, há imigrantes que trabalham, alegremente, na agricultura e esse é um factor positivo".

“Jornal i”

Análise tão simples, tão sem-sentido, palavras tão vulgares, só deveriam levar este senhor à reflexão antes mesmo de falar. Ou então, ainda melhor; tentar perceber junto da maioria dos desempregados das razões pelas quais uns preferem ficar em casa e outros bem gostariam de continuar a trabalhar. Mas enfim... É mais um caso já estudado e jamais chegará a um “case study”. Ainda bem. De resto, alguns cientistas apoiam a tese de que as pessoas que falam sem pensar têm um superego enfraquecido e não conseguem trabalhar regras sociais. No entanto, isto não invalida o sábio conselho de Thomas Jefferson: senhor Ricardo, “quando estiver zangado, conte até dez antes de falar; se estiver muito zangado, conte até cem". Se estiver mesmo muito zangado, digo eu, continue até mil!

Mário Rui

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