quinta-feira, 31 de outubro de 2013

Os sonhos de Otelo

 
(Otelo de Carvalho em entrevista dada ao "Jornal de Negócios" em 2011)
Otelo: precisamos de um homem honesto como Salazar
21 Abril 2011
Otelo Saraiva de Carvalho acredita que Portugal precisa "de um homem com inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar" para resolver a crise que atravessa.
Em entrevista ao "Jornal de Negócios", o "capitão de Abril" sublinhou que "precisávamos de um homem com inteligência e a honestidade do ponto de vista do Salazar, mas que não tivesse a perspectiva que impôs, de um fascismo à italiana (...) Alguém que fosse um bom gestor de finanças, que tivesse a perspectiva de, no campo social, beneficiar o povo, mesmo e sobretudo em detrimento das grandes fortunas".
Otelo Saraiva de Carvalho elogia o que se fez a seguir à revolução "ao nível da educação, da saúde". "Houve um rápido crescimento do nível económico das populações a seguir ao 25 de Abril à custa das reservas de ouro que o forreta do Salazar tinha amealhado no Banco de Portugal, mas depois, esgotada essa possibilidade, a coisa começou a entrar em dificuldades", salientou.
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Ou estou a ficar mentalmente desordenado, ou estou com visões cristalizadas do país, que me estão a toldar o raciocínio, ou será mesmo Otelo a passar-se para o lado oposto? Das três, uma! Não é minha intenção fazer “juízo de valor” quanto ao pensamento político do senhor mas, devo dizê-lo, tem dias em que eu próprio sou tomado por alucinações que me segredam; «o que aparece é bom, o que é bom aparece». Mas convenhamos que há um aspecto em que Otelo avalia bem; já houve uma época em que se conseguiu evitar a degradação do ser em ter. No mínimo dá para reflectir. Pois então reflictam, se quiserem, em todo o caso considerem que Otelo não estaria a fazer filosofia, poderia estar antes a filosofar a realidade. É a minha opinião. E já agora devo acrescentar que se uma dada necessidade – mesmo má – se encontra social e economicamente sonhada, o sonho torna-se às vezes necessário. Pois deixemos Otelo sonhar ... já que existem dois tipos de sonhos. Um, é resultado de manifestação instintiva ou mecanismo inconsciente que revive lembranças de factos ocorridos no dia a dia, sendo o mais comum quando ainda em sono leve. Este pouca importância e pouca influência tem na nossa vida diária. O outro, é o sonho que impulsiona a vida quando se está bem acordado. Bem gostaria de ter percebido em qual destes repousariam as palavras de Otelo.
 
Mário Rui

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