segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Estrondo na voz e verdade na significação



Vi o rosto emocionado de um comentador quando, há instantes, na sua crónica semanal, se dirigiu a mãe sózinha e sofrida, desejando-lhe o Natal possível. Até eu me arrepiei, sobretudo por ter percebido que aqui e ali, felizmente, a sensatez humana ainda vai podendo contar com exemplos de boa natureza. Gostei de saber que embora haja batalhas não já vencidas, mas que se hão-de vencer, sempre há sentimentos que não se acanham nem se escondem por detrás das luzes da ribalta mas antes se oferecem desinteressadamente aos futuros das pessoas que esperam mais risonhos dias. E esta pequenina história a que assisti, ditas as palavras, durou escassos segundos de silêncios e olhares, e esta história foi o silêncio de todas as outras histórias. Mesmo que entre os aplausos algumas críticas se façam ouvir por parte de outros tantos que igualmente assistiram ao que eu assisti, uma coisa me parece certa; esses “gemidos” também fazem harmonia posto que hoje, Marcelo, teve estrondo na voz e verdade na significação. O homem subiu na minha consideração! Eu gosto dos que não se acomodam aos estilos da corte mas ao contrário se alistam nas dificuldades do mundo.

 


Mário Rui
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