segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Verbos tristes


Tem sido de tal modo descabelado o discurso político dos últimos dias, nomeadamente o vindo de quem deveria ser exemplo de bom senso quanto ao verbo, que de facto toda essa torrente de repugnante verborreia está a transformar o país em verdadeira lavandaria badalhoca, sítio onde gente que está com o diabo no corpo se julga empossada de força divina que, supõe apenas, lhe confere o direito a revelar uma superioridade moral que afinal não detém. Por mim, o que realmente têm dado à saciedade é a imagem do melhor - ou será mesmo do pior? – do seu decaído civismo. Regressou o PREC, e com ele a soberba da estupidez de muitos que espero que envelheçam depressa antes que seja tarde. Se é gente que diz nada ter a temer, então porquê tantos esgares e tão abjectos, tão odiosos, nesta refrega que ruge buscando a quem devorar? Injúrias, desejos de vingança, são as únicas preocupações que vejo e observem-se as maldades que o ódio mortal consegue engendrar; a lenta agonia de um país que merecia políticos – alguns, que não todos – mais lavados! E que pena também tenho em ver alguns dos meus patrícios quando acendem velas sem chama em honra do monumento da grosseria dita que diligentemente lhes engrossa o ego. Lamentável!


Mário Rui
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