sexta-feira, 15 de abril de 2016

Bloco de Esquerda quer mudar nome do Cartão de Cidadão porque é "linguagem sexista"


Olá manhã. Acordei cedo. Passei os olhos pela imprensa e optei pelo regresso à cama. Tinha que voltar a dormir tudo e devagar. Evitei sonhos, porque árduo já tinha sido o trabalho de leitura de algumas imbecilidades que sempre desembocam em vida inútil. Só me restava esta anestesia, do jeito que fosse, tentando assim ocultar o que penso das coisas feitas e ditas sem sentido, sucessão de lérias produzidas com estardalhaço por gente atarantada, como se isso fosse acto de coragem ou sequer tino. Repousei por inteiro, mas quando se acabava a quietude do dormir certo, o sono foi-se e o sonho matreiro voltou. Veio assim em feição de gargalhadas indecentes remoendo a tristeza de ter por certo e perto radicais livres – que atacam outros de modo a tornarem-se “estáveis” - com assento no parlamento do meu país. Daqueles que, cambaleando de episódio grotesco em episódio grotesco, ameaçam o meu descanso. E quão estúpido me senti quando tentei explicar a terceiros o que era a sensatez de uns tantos; não a conseguiram ver em lado nenhum. Erro meu, seguramente, pois afinal não há o que compreender! Logo à noite, volto à alcova. Esforço-me de novo na busca da serenidade e isso tem muito a ver com o entreabrir da porta, a meio do remanso, enfiando pela fresta um olho desconfiado, na tentativa de não ter sonhos terríveis onde esteja gente que insiste em “tocar harpa enquanto Roma arde”! É que da noite para o dia, acorda sempre uma nova desordem nacional.
 

Mário Rui
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