quinta-feira, 2 de março de 2017

Das notícias encomendadas é que não sou adepto

(26 Janeiro 2017)

Das notícias encomendadas é que não sou adepto.   (LER AQUI)
Tão-pouco discuto, obviamente, a utilidade dos serviços de saúde locais para os respectivos utentes.
O que me causa estranheza íntima, mas condoída, é saber da pressa dirigida ao rigor do número de pessoas atendidas, do número preciso de episódios de urgência acudidos, das comparações homólogas estabelecidas, quantos munícipes do concelho foram atendidos, quais os utentes que preferiram o novo serviço, e por aí fora, conforme se pode ler na notícia encomendada a que aludo.
É caso para dizer que o mentor da notícia, e eu percebo bem quem terá sido, empenhou-se freneticamente neste endosso às redacções dos jornais para justificar uma medida que a muitos espantou e com razão.
Ou seja, não vá o diabo tecê-las e antes que os outros contestatários e necessitados de igual serviço na sua terrinha engrossem ainda mais o protesto, adiantemo-nos e mostremos pois que a medida tomada em SJ da Madeira foi acertada.
Bom, que o serviço esteja a funcionar, eu aprovo, até me agrada saber que mais médicos tratam de doentes.
Agora que alguns jornalistas e jornais continuem a fazer favores a minuscularias arranjadas ao sabor do poder político vigente, dando cobertura a notícias deste calibre, isso é que me confrange.
Não por muito, mas apenas porque notícia, mas notícia que a muitos serviria realmente, era esta: «Estarreja reclama com razão um serviço de urgência no Hospital local».
Mas isso, jornalistas e jornais, com a actual corrente política que se diz a governar Portugal, seria seguramente acumular uma maior soma possível de perigos.
Saber dos riscos potenciais, bastaria tal, que a CIDADE de ESTARREJA corre (faz hoje anos, por sinal), nem quero explicar quais, daria pasto mais que suficiente para que jornalistas de verdade e jornais credíveis alimentassem notícias sobre o assunto e então, estou certo, mesmo contra a vontade de muitos interesses partidários, a porta da Urgência da minha terra estaria aberta na manhã seguinte.
É uma pena que se me esgotem as forças da paciência para continuar a aturar a asneira de uns e outros, assim tão acessível, e a própria banalidade de uma imprensa que quer tomar foros de profundeza com notícias feitas por encomenda.
 
 
Mário Rui
___________________________ ___________________________ 

Sem comentários: