terça-feira, 1 de maio de 2018

Histórias


Declaração de desinteresses: poucas são as vezes em que estou de acordo com MST. Mas se o dito fala bem, só devo elogiá-lo por isso. É o caso.
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Pela natureza do assunto, mas sobretudo pelas circunstâncias do momento que vivemos, Portugal do passado é vergonha para alguns historiadores. E estando a esfera da porcaria intelectual moderna acima da minha jurisdição, o mais que posso dizer dela, mas em particular deles, é só isto; se de facto estes historiadores imbecilizantes tivessem optado pela eloquência do seu silêncio e, quando muito, apenas parado na alegre contemplação do seu umbigo, já teriam evitado insistir na ideia de fazer dos outros parvos, mas estariam especialmente a romper, e bem, com o círculo de limitações que o pobre discurso ideológico lhes impõe. Mais, já teriam inteligentemente cortado com esse bilioso colóquio de ofensas a terceiros pois vale-lhes pouco esse acre jeito de tratar a memória do país pelo bruto de gládio nu que travam com ele. E teria outra vantagem, esse tal eloquente silêncio; a digestão do muito que têm invectivado através dessas fábulas semi-históricas, não lhes iria certamente perturbar os intestinos cerebrais dizentes, menores, mas não por acaso, e a mim já me teriam ajudado muito a dirigir o olhar a coisas mais higiénicas. De resto, até por aí anda um com a história de Portugal pendurada em suspensórios, não sendo a elasticidade dos ditos para a elevar, mas antes para a baixar, tal é o vício cronicamente incapaz de qualquer pensamento independente. E é esta ‘intelligentsia’ que agora ocupa os postos estratégicos do ensino de uma certa história de Portugal. Uma verdadeira indústria de prestígios pensantes! E é esse o meu lamento pois com tanta indigência mental, vai restar pouco, ou quase nada, para ensinar aos vindouros. Com tão abundante recorte histórico minimizador, um dia vão dizer-lhes que Portugal nasceu no século XX. Que o passado, curtíssimo, pois então, só conta a partir do instante em que a intelectualidade reinante o decretou e, assim traçado, é o único. E se recheado de ressentimentos neuróticos, esse sim, passará então a ser o pretérito mais-que-perfeito, o composto que não o simples, que por decreto republicano encherá os próximos compêndios dessa recém nascente e acanhada história de Portugal. Meus caros, quer queiram, quer não, só há uma História, a real. Boa ou má, mas a real. As outras são todas histórias com "h" pequeno!


Mário Rui
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