quarta-feira, 24 de outubro de 2018

Proibição de fármacos para hiperatividade antes dos 6 anos em debate no Parlamento


O seu a seu dono (AQUI)

Por aqui se vê quão longe vão os conhecimentos médico-científicos de certos políticos nacionais, eles que pretendem ser os entendidos, os educadores e os administradores da saúde pública no país. E eu adivinho quão profícua deva ser essa prescrição de alveitares e a solidez de tanta cura que as suas capacidades boticárias por certo produzirão nos doentes. Como diria um famoso especialista em ciências naturais do século XIX, acho “singularíssimos aqueles naturalistas que pretendem fazer química sem molhar a ponta dos dedos”. Cuidem-se pois os que queimaram as pestanas a cursar Medicina na Universidade. O limite rigoroso da ciência por vós aprendida, agora, já não se impõe por si próprio. Essa necessária aprendizagem passou a fazer-se no Parlamento e por meio da vaga generalidade de algumas opiniões pessoais e razões particularmente deles, dos deputados. De resto, é daí que vem a importância capital e o brilho académico com que o País tem vitoriado estes génios da medicina, colocando-os mesmo a par das melhores cabeças mundiais na matéria. Por este andar, logo virá o tempo em que o deputado se encarregará da receita, ainda que seja com a menor soma possível de sabedoria, mas saber também pouco importa. Ao verdadeiro médico, o que sabe da poda, restará a tarefa, de quando em quando e se o deixarem, coisa de que duvido, de efectuar a correcção de deformidades ou rudezas anatómicas de algumas cabeças. Não digo quais, pois não é difícil imaginá-las.

 

Mário Rui
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