quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019

Vereadora do PSD critica goleada do Benfica. "Não se deve humilhar".


"Preso por ter cão e preso por não ter"? (LER AQUI)
Mundo tolo, este em que vivemos. Assim como há meses certos de romarias, épocas próprias para pescarias à beira-mar e momentos tristes de derrotas, já só faltava um campeonato especial para se jogar à bola. Chamar-se-ia pois a temporada oficial da caridade futebolística. Seria então, jogo após jogo, um desejo intenso de praticar o bem, não carregando o adversário com golos em demasia. Os corações dos jogadores tornar-se-iam vulcões, não do chuto na redondinha, mas de afectos mil, mal a baliza se ressentisse de batatas a mais. Qualquer coisa do género de récitas de futebol onde imperasse a piedade em todos os cantos marcados, ou seja, a bola era atirada para a baliza contrária, compaixão sincera no penálti a cobrar, pois se o esférico levasse o beijo às redes, retrocederia e reverteria então para uma qualquer instituição beneficente, filantrópica. A partir do primeiro, ou vá, do segundo golo, os atletas da arte, os da casa e os de fora, entrariam em relações com uma caneca vidrada e, vai daí, bebendo em fraterna comunhão, acabava-se a partida por estar já a tomar ares de arrobas. Isto sim, daria mais popularidade à modalidade e todos se ufanariam com tanta longevidade e robustez de carácter. Remato, mesmo sem querer marcar mais golos, dizendo que, tal como a praga dos gafanhotos, a dos mosquitos e a sarna, grassa modernamente a epidemia dos golos em excesso que tanto incomodam certa gente. E se fossem a menos? Era o quê? Valiosos brindes para a equipa adversária? Ora bolas, por falar em futebol! A mim abrem-se-me chagas a cada passo de disparates ouvidos nesta matéria, quais perfumes inebriantes que exalam destas consciências tão bondosas e aromáticas, e, mais, ainda ninguém me chamou santo.
 
 
Mário Rui
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