segunda-feira, 20 de maio de 2019

Canonize-se a peúga branca!


Já longe vai o tempo em que peúga branca, qual poesia trovadoresca na lira dos vinte anos, conferia a um qualquer pé um ar muito chique, muito sentimental. Não sei bem porquê, mas também não estou para inquirir. Era assim e ponto final. Vivia-se a época minada de taras boas e às vezes ‘avariadas’ pelos dias mais promissores, o que, hoje, nos faz recordar “o tempo que o tempo tem”. Tal peúga, se acompanhada de uma orquestra de charmes, de uma iluminação de cigarros e de uma bebida reluzente, era por si só verso que poetizava os momentos dessa tal doce lira. Sonhávamos ser grandes, os maiores de todos. Foi sonho. Agora, é diferente. Já há poucas meias brancas e de sonhos não abundam muitas aparições. O que no presente nos mostram mais são coisas que não fazem rima nem galantaria requintadamente preciosa. E desenganem-se os que pensam que estou falando de política. Não, não estou. Falo de meias brancas que forjaram tempos fecundos ainda que se pense que o meu propósito foi apenas o de fazer acrobacias de memória.
 
 
 
Mário Rui
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