sexta-feira, 17 de maio de 2019

O barco desaparecido

 
Se o barco não vem, nós choramos. Na fé do barco vir, sentamo-nos na espera da chegada, cuja solidão é propícia a toda a alma que sabe digerir em paz. E, com tal fortuna, achamos um sítio liso onde aguardar a sorte do que vem na esperança de que no resto da nossa vida, talvez já não muito grande, algum descanso nos traga a velhice. Que destino! É só mais uma praia! Sendo-se mais jovem, acredita-se em novo areal, botão de madrepérola que perfuma uma existência. Mesmo que o certo é que ninguém nos tenha inventado para vivermos novas vidas toda a vida! Se foi bem tirada a conclusão, não sabemos, mas queremo-la com sincera devoção.
 
 

Mário Rui
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