quarta-feira, 20 de outubro de 2021

O Senhor Vinho

A história nem sempre fixa os nomes dos que bebem champanhe, e obrigatoriamente por flute.

«Nos jornais os peritos explicam-me como aspirar os seus eflúvios e como devo mascá-lo para fazer o inventário dos seus sabores. Em livros volumosos ditam como pegar no copo, ensinam quais os vinhos que se devem absolutamente preferir e os que se devem absolutamente desprezar. Falam de temperaturas ideais para beber. Regem cursos onde num fim-de-semana se sai diplomado na arte de provar. Fundam associações e confrarias. Decretam a forma dos copos, o grau de humidade das adegas, o melhor ângulo para a decantação, o número de horas que uma garrafa de ‘’grand cru’ deve arejar e, se estivesse na sua mão, por certo determinariam o funcionamento das papilas!»

Até parece que aqui se vê, meus amigos, o que é a ciência, para já não falar da matemática em si mesma. Do que resulta acharem-se todos uns génios em matéria de vinhos. Quer se trate de enólogos, quer mesmo do simples bebedor que sacia a sede com o dito néctar. Como “peritos”, grandes cálculos! Mas têm a mania de os desfazer, com águas minerais, essas sim, de boa fonte. Um destes dias, compro um moinho, far-me-ei moleiro e eis que mais um génio se juntará aos tantos que já temos. E, afinal, tudo feito com farinha do mesmo saco!



Mário Rui
___________________________ _____________________________

Sem comentários: