sábado, 27 de novembro de 2021

Descarbonizando a crónica


Este ano, a ONU realizou a 26ª cimeira anual, com o nome de COP26, em Glasgow, no Reino Unido.

Líderes mundiais, milhares de negociadores, representantes de governos, da indústria e dos cidadãos reuniram-se durante doze dias para discutir medidas a serem implementadas para manter o aquecimento global médio abaixo dos 1,5ºC.

De tudo o que a este propósito vi, li e ouvi, fica-me a ideia de que o resultado de tanta discussão se resumiu a duas evidências; o apoio financeiro a países pobres ficou para as calendas gregas e, quanto ao resto, a palavra «phase-out», eliminação progressiva, foi substituída por «phase-down», redução progressiva.

Grandes ‘vitórias’, sem dúvida, o que dizem bem do mundo de hoje, que é um tablado onde cada um vem falar do seu papel e depois a coisa passa.

Contentou- se alguma plateia em ir anotando os vícios e as ilusões dos autores, o péssimo ou o excelente do espectáculo, é como cada qual quiser.

Da Greta, a Thunberg, claro, já que da outra não me apetece agora falar, não querendo pôr a desordem nos “serviços” de alguns, acho que continua o triunfo do badalo sobre o piano de cauda.

Já agora, também gostei muito de alguns discursos à Miss Universo quando tem de falar sobre a paz mundial ou sobre o fumo das chaminés, daqueles que insistem em frase solta, jargão, lugar-comum, que não baixa a tensão e muito menos a poluição, não fazendo por isso subir a confiança num mundo melhor, não evitando assim que me continue a fugir do regaço a esperança da tranquilidade, ou o fim da sujeira.

O resto foi “showmício” descarbonizante muito sentimental mas sobretudo muito derretido em quase nada.

 
Mário Rui
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