quinta-feira, 26 de maio de 2011

Obra de restauro


Muito bonito. A incultura política deste País já reinvidica, desde há muito, mas cada vez de modo mais ignóbil, para não dizer badalhoco, a propriedade alheia para fazer dela seu reduto. Quero lá saber se são comunistas, social-democratas, socialistas ou qualquer outro grupelho de pseudo-intelectuais. Tudo serve para manchar esta terra, este lugar que cada vez mais começa a ser frequentado por gente sem princípios, sem maneiras e, pior ainda, gente que ao invés de mostrar civismo, revela, isso sim, falta de carácter. Qual atitude democrática, qual atitude de cidadania pura e dura. Vão trabalhar! Aproveitem esta alegre campanha e pintem os casebres dos indigentes para quem tanta tinta seria certamente um voto em pintores honestos e dignos do que fazem.
Não percebo o que vos impede de carregarem baldes, trinchas, tintas, vontade e já agora a vossa imbecilidade e assim darem continuidade à vossa saga indecente em borrar Portugal. Comecem pelo Mosteiro dos Jerónimos, depois passem pela Assembleia da República, aquela casa que tão cara vos é, Palácio das Necessidades e, depois, se ainda tiverem ânimo, pintem as vossas próprias caras de modo a que jamais vos possamos reconhecer. Faziam-nos um favor enorme e, se é que usam produto nacional, ajudavam ao nosso défice.
Realmente não vale a pena apostar em gente assim. Por muito que queiramos acreditar que estejam embuídos do melhor dos propósitos, somos forçados a desistir. Desistir de acreditar nos vossos horizontes, na vossa verborreia política que mais não pretende senão, tipo circo, fazer-nos rir tentando dessa maneira captar a nossa simpatia que o mesmo é dizer o voto. Não pintem, não sejam palhaços!
As tais escadarias são propriedade duma notável Universidade. Quando muito são também dos estudantes que lhes dão rosto. Dos que querem ordem, economia e moralidade.
Eu acho que estes estudantes e outros tantos como eles, o povo, só poderá, retorquindo, pintar uma grande faixa, daquelas que se removem logo que se queira, assim inscrita: «Ó pobres políticos! Digam-nos lá. Donde vimos? Para onde vamos? Podemos apenas responder: Vimos donde vós estais, vamos para onde vós não estiverdes» Ah grande Eça...




Mário Rui

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