quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Touradas



A Declaração Universal dos Direitos Animais foi proclamada pela UNESCO, em Bruxelas, a 27 de Janeiro de 1978 e determina, entre outros pontos, que todos os animais devem ser preservados e não devem sofrer maus tratos.
Nesse sentido e porque o sofrimento animal é algo que me incomoda, não há nada que me faça ter uma opinião mais vincada e uma posição mais cerrada e inflexível do que aquela que diz respeito às touradas. E para não vos fazer perder demasiado tempo, sou totalmente contra.
O problema com a questão das touradas não é de agora e divide a sociedade em três grupos: os que são a favor, os que são contra e os que acham que a Casa dos Segredos representa um mal maior.
Os que são a favor defendem-se com unhas, dentes e um pano vermelho para se protegerem das investidas. Os que são contra – como eu - reconhecem que discussão tão bacoca não divide tanto como os instrumentos que dilaceram a carne dos animais.
A promoção de violência e tortura de animais como é o caso das touradas está longe de enaltecer a coragem dos toureiros e de quem beneficia e lucra com elas. A sociedade moderna – e façamos por isso - não pode concordar com actos que, sustentados na arte e na cultura que se diz pretender preservar, nos costumes e na tradição que se diz querer defender, atentem injustamente contra a vida e respeito pelos animais.
Atribuir a um acto cruel, violento e sanguinário a designação de um espectáculo repudiado pela maioria não nos torna mais humanos, sensíveis ou inteligentes. A falta de compaixão pelos animais também não.
O que é tratado com compaixão merece compaixão. O que é usado como tradição para degradar e embrutecer um espectáculo por si só aberrante, repudiante e humilhante, merece a nossa reprovação. E é por isso que eu estarei sempre a torcer pelo touro.


Rui André

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