quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

O compasso da moral



















Quanto ao estado “alegre” da senhora deputada Glória Araújo, recentemente detida pela PSP quando conduzia a sua viatura, nada se me oferece dizer.  Há assuntos que devem ser tratados com a mesma cautela, resguardo e harmonia, de que usamos em colher as rosas. E quanto a este assunto, por aqui me fico. O  que verdadeiramente me choca, isso sim, são os vapores anestesiantes que sobem à cabeça de outras pessoas com assento na Assembleia da República. – ver aqui. Vapores que, impregnados de total indiferença quanto ao quadro de valores das demais pessoas, acabam por denegrir qualquer juízo de Salomão ; « ... o presidente do Conselho de Administração da Assembleia da República, Couto dos Santos, defende que não faz sentido obrigar os deputados a apresentarem atestados médicos em caso de doença porque são “responsáveis pelos seus actos” e é preciso ter “confiança em quem elegemos ». Bonito, sem dúvida! Nem é tanto pelo modo como o diz,  mas sobretudo pela insensatez com que reveste o que diz. Como se estivesse a falar para ineptos. Confrangedor, este modo corporativo em que se baseia a defesa de pares de função. Quase arrisco dizer que nem a própria visada se sentirá confortável com tal argumentário. Melhor seria estar calado já que às vezes assim ficar também é uma boa opinião. Realmente quem precisa de um atestado médico, mas com extenso e conciso relatório, é este presidente. Couto dos Santos! E quanto a ter confiança em quem elegemos, estamos conversados. Nem vale a pena opinar. No rescaldo deste caso, o que fica patente é que são infinitos os erros que têm resultado a alguns homens  por terem personalizado as suas próprias abstracções, vacuidades.

Mário Rui

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