segunda-feira, 23 de maio de 2016

Así estamos los venezolanos


 
“Así estamos los venezolanos”
 
E os portugueses também
 
Por entre amigos meus, muitos, vizinhos, conhecidos, compatriotas e o que mais se queira, são cerca de 400 mil os que por lá estão, dos quais 200 mil em Caracas, cobrindo-se todos eles de orgulho pela terra de acolhimento e sem nunca esquecerem o ninho que os viu nascer. Dominados por espírito de guerreiros irritados, o suficiente para darem um valor à vida, sei que muitos trabalharam, choraram e surpreenderam essa vida pelo brilho que souberam exteriorizar. Hoje, a luta em que se vão, corolário da embriaguez sombria e sem ilusões de uns loucos, é apenas uma sorte triste que não significa o prémio de um esforço respeitável. O tão sumário e inexorável julgamento a que estão expostos pelos que na Venezuela colonizaram as cadeiras do poder, que "socialismo exemplar", apenas lhes deixa incredulidade, envolve-os em teia escura que soterra a esperança. É assim do lado de lá, mas do lado de cá, nem campainha ouço no percurso deste enterro, tal é a incúria, para já não falar da mais que justa solidariedade que nenhum dos nossos governantes ousa formular em público, parecendo que aceitam a espoliação dos nossos patrícios como favor! Ainda há anos vivemos um regresso doloroso de outros portugueses só porque nos convencemos de uma certeza antecipada de (in)sucesso e, agora, a história
parece repetir-se. Era África, então. Hoje, é América, do sul. Lamentável, nem uma palavra. E Portugal continua a ter uma mão cheia de ‘professores de declamação’, dizem-se encarregados de ensinar o português, à esquerda sobretudo e ainda à direita, mas são todos gagos, quando não mudos! Lixem-se, isto é uma existência que retorna a um nada do qual afinal nunca saímos!

 
Mário Rui
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