segunda-feira, 23 de maio de 2016

RTP sem taça


Endossando desde já os parabéns à equipa que venceu a Taça de Portugal de 2016, o S.C. de Braga, honra ao F.C. do Porto, aproveito igualmente para não felicitar a televisão pública de Portugal tão triste foi o seu papel quanto ao evento. Cuidadosamente arquivados no armário, os seus manuscritos, discursos, serviços populares e generosidades dos seus gestores, Estado Português, continuam assim a mostrar similitudes com a alma que verdadeiramente os caracteriza. Há festa do povo, a prova tem carácter único, pátrio, o estádio é Nacional, a mais alta figura do Estado está lá, canta-se a Portuguesa, milhões querem ver, mas tudo isto não chega para levar as câmaras ao sítio onde a boa fé lusitana se manifesta. É por ser futebol? E então? Não é digno de ser mostrado ao País ou o canal público só deve mostrar cenas de terceira série, telenovelas que são mais sufoco do que argumento, filmes pouco limpos e ainda menos arejados? Para a RTP, a ordem social televisiva repousa certamente nestas desrespeitosas reticências pois de pública tem pouco embora todos os meses a paguemos religiosamente. Dá-se a ganhar aos privados o que é reinvidicação pública justa e ainda por cima antecipada e ricamente paga pelo contribuinte e ninguém se insurge? Acho estranho, no mínimo, mas parece-me que o facto é este na sua nudez; há ‘contratos’ que podem dar para qualquer lado e o modo como são feitos e particularmente revistos, resume-se ao “deslumbramento” que possam provocar e sobretudo ao “acolhimento” que possam vir a ter. Políticos, entenda-se, dependendo apenas do ciclo que se vive e com quem se vive no sítio do mando.


Mário Rui
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