segunda-feira, 9 de maio de 2016

Tudo em lata


Tudo em lata (LER AQUI)
Pena tenho eu que não se vendam também latinhas, no Inverno, com aquele calor de Verão que regala, mas também embalagens cheias de meados de Agosto, já agora arcas de montanhas amolgadas de vales, caixinhas repletas de juventude pois envelhecer é uma injustiça e, de igual modo, dava jeito uma pipa em lata a abarrotar de poeiras de oiro feitas felicidades. Bem, se não for pedir muito, embalem-me ainda muitas transparências matinais, daquelas que nos adormecem as inquietações já que esta vida desenlatada é afinal mais monótona do que variada. E, além disso, que diabo, era justa a venda de lata onde repousassem, assim bem comprimidos, muitos projectos de vida. Só os bons. Isso é que seria oiro sobre azul, embora eu goste mais do encarnado. Mas pronto, o mundo faz-se destes avanços e lá virá o tempo, não sei se ainda cá estarei, em que será o cão a pôr a coleira no dono. Não acreditam? Pois então perguntem ao PAN - Pessoas-Animais-Natureza. Desconfio é que chegado esse novo paradigma, ou o dono se mexe e não fica mais inteiro, ou então fica inteiro e nunca mais se mexe. Mas o PAN resolve a coisa, cheio de lata.
 
 

Mário Rui
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