quarta-feira, 13 de julho de 2016

Há eus em toda a parte. Agora, até cá!

 
11 Julho 2016
 
E ontem, o caldo francês, exaltado por essa propensão narcisista para ver os outros como extravagantes seres de formato modesto, entrou em campo de peito feito tal vinha sendo a baboseira sucessivamente aumentativa. Vinha com paladar exibicional que todos os dias se requintava quanto ao resultado que ambicionavam mas que, afinal, lhes saiu acre.
Lição a tirar; o elogio do eu gasta-se como as solas dos sapatos, pelo uso, e a cor das palavras murcha sempre que para certas castas o vocabulário se torna “um não me toques”.
E hoje, à sopa confeccionada por alguns portugueses, poucos felizmente, resolveram estes adicionar-lhe um ingrediente que a tais mestres-cucos muito agradaria ter sido algo capaz de frisar um contraste, que enfim não frisou. Afirmam agora que ganhar foi poucochinho e então o nacional contentamento que daí veio, acrescentam, terá sido coisa de gente do povo orgulhosa da sua humilde origem: da sua triste plebeidade. Tão-só.
Lição a tirar; é ao gosto de pensar gaulês que se deve ‘aussi’ embalar e exportar este modo de se ser pouco português, que mais ressabe a francês.
E Viva o Portugal que rejubila com a vitória que tem pretensões de lá fora e cá dentro passar por entendida. Os que não a querem entender são os que apagam as luzes do tino, e outras, e sem essa luminosidade jamais conseguirão suprir o que lhes falta.
 
Mário Rui
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