domingo, 31 de julho de 2016

Poké(mon) que há tanta gente maluca?


Estou deveras sensibilizado com esse avanço civilizacional que resultou do jogo que tomou de assalto todo o mundo. Ainda bem que veio. Ele é jornais, televisão, rádio, cura maleitas, afasta o imperialismo, concede bons salários a quem trabalha, iguala os desiguais, torna as pessoas democratas quando estão de férias, recusa reis e apoia republicanos. Que mais se pode querer? Ainda por cima corrige más aventuras, as extravagâncias e faculta-nos o antídoto que nos preserva o bom senso. Joguem, joguem muito, pois é educativo e a alternativa também não é preocuparem-se agora com uma nação, isso é uma grande confusão. É Verão, está calor e, ao que já apurei, o bicho do jogo também dá um pára-sol de seda branca e um copo de água. Não desaproveitem esta fortuna, é de meios preços e não falece de condições legítimas de sucesso. E ainda vai restaurar a nitidez de um velho nome que é Portugal! Tem só mais uma coisinha, o bicho; lembra-me aquela história do viajante perdido que ao atravessar o deserto encontrou um pente na areia. Pensou o viajante; “caraças, com um pente posso pentear-me. Não posso é fazer mais nada”.


Mário Rui
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