quarta-feira, 13 de setembro de 2017

São Paio também é isto

São Paio também é isto e o mais que se queira e ainda “Danças D'Aldeia”, vindas de Pardilhó
À noite tem acontecido um rock e até uma espécime de música julgada popular, mas feita de fetichismo de mercadoria, que, no estágio em que estamos, parece-me não atingir grande importância no lazer dos consumidores. E se eu gosto de música, tanto que, achando-me vaidosamente – assumo - de dimensão insuspeita para os sons que me inebriam, não os quero sequer cingir ao âmbito erudito das coisas. Limito-me ao “gosta-se” ou “não se gosta”, mas devo dizer que não tenho gostado dessa música do tipo mentiroso a que tenho assistido. Mas calma, há muitos e variados públicos e eu não quero, afianço-vos, condenar quem a faz ou sequer quem a quer ouvir. Resolvam-se como muito bem entenderem. Aqui chegado, quero é dar nota de uma outra música onde os actores não vivem uma vida fingida e, pelo contrário, encarnam uma realidade que já foi e ainda é, representando-a como tela de vida comunitária. Essa sim, está decididamente feita de modo autónomo, espelho fiel de fenómenos culturais, usos, costumes, valores estéticos e éticos, também obras artísticas e literárias que interagem com o restante da vida social. Quase sempre são a fonte e o reflexo dos fenómenos económicos, políticos, até religiosos e sobretudo de grande dimensão humana. De facto gosto de toda esta proporção que não troça de mim. Para dizer o que digo acho que é preciso aprender muitas letras, ainda mais notas musicais, ouvir cantores de muitos horizontes, um sem fim de garra que se põe no que se faz. Tudo junto não cabe num livro, desistam de o procurar, tudo junto só se pode encontrar numa vida vivida. Até pode ser que já não seja possível absorver cultura na nossa contemporaneidade mas não será por essa razão que a devemos perder de vista. Pela simples razão de que a ideia de cultura nunca significou uma infinda quantidade de conhecimentos, mas sim qualidade e sensibilidade. É tão simples afinal. Parabéns ao "Grupo Etnográfico Danças D'Aldeia”, parabéns Pardilhó!
 








 
 
 
Mário Rui
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