quinta-feira, 18 de março de 2021

O postigo

Reapaixonei-me pelo postigo, esse parente pobre do horizonte que se quer ver e sabe-se lá de que soma de esforços não depende a vida nesta imobilidade de vistas.

«Em primeiro lugar está proibida a venda ao postigo em qualquer estabelecimento do ramo alimentar… a venda ou entrega de qualquer tipo de bebida, mesmo cafés…», disse Costa.

Pobre horizonte, fecham-te lentamente como o véu de um templo que se cerra.

E se um dia quisermos sair para respirar o ar livre de uma bela manhã de Primavera, vamos lá ver se não nos arranjam outros postigos que nos cortem as lonjuras.

Não será tudo isto prudência a mais?



Mário Rui
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