quinta-feira, 20 de maio de 2021

É um nunca acabar... e dos piores


Enquanto o Dante da ficção começa a sua saga no Inferno e vai até ao Paraíso, outros há que, vindos de um Paraiso menos farto acabam por ficar debaixo de espessa camada de cinzas. E ainda que daí a instantes corra qualquer aragem, por débil que seja, ela não serve senão para levantar de novo a língua de fogo. Soprem então as brisas com um pouquinho mais de força, e de mil pontos, a um só tempo, rebentam sôfregas labaredas que se enroscam umas nas outras, de súbito se multiplicam, deslizam, lambem vastos corpos de vítimas. A incineração é completa, o calor intenso, e nos ares revoltos volitam palhinhas incandescentes. E esta é a Índia de hoje, a Índia que não aparece nos números oficiais. É por isso que o mundo é opulento de palavras e a esperança quando outros nela acreditam faz ganhar muito tempo e dinheiro aos já de si muito ricos. É verdade, confirma Dante!




Mário Rui
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