terça-feira, 2 de agosto de 2022

"Putin, vai-te f****"

 

A justa obrigação de Pedro Abrunhosa está em clamar contra uma praga pública, de cuja existência todos sabem, todos se lastimam, todos se aterram, mas na qual poucos ousam pôr a boca; porque, murmurando-a, se arrisca o temerário aos despiques de um poder irresponsável, que, imoralmente, põe e dispõe da vida e da morte de inocentes. Quis, fê-lo, e bem, como único recurso pronto e certo contra os assassinos. A linguagem não lhe desliza de serena, senão para estranhar aos seus adversários a injustiça de o tomarem por alvo de censuras. Tal estado d’alma só se pode conceber em homens desta posição e cultura, como efeito da repugnância a actos de guerra desta natureza sobre a qual caiu uma insensibilidade tamanha, que já se faz gala, e não só se julga necessário articular escusas, mas até se leva a censura a "crime" de ousadia. Não será bom que se cerceie tão instrutivo depoimento e sua parte complementar, que o torna ainda mais elucidativo. Quem o diz sobre o morticínio, o repete, o acentua, nessa linguagem, só se honestiza como exemplo digno de um homem de alta moralidade. Obrigado, Pedro Abrunhosa.


Mário Rui
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