quarta-feira, 4 de janeiro de 2023

A despenteada vergonhosa

Com um misto de serenidade búdica e indiferença olímpica, ninguém deu conta do estilhaçar de uma janela de um Airbus da TAP por onde voaram 500 mil euros. Foi pena, porque com o esvoaçar do dinheiro, perdeu-se também o sentido de escala, o senso das proporções e o sentido das prioridades. Não é a primeira vez que acontece uma coisa destas na companhia aérea nacional, pois nós, mais do que a pressentir, nunca conseguimos percebê-la. São coisas do destino, algo que visto de um lado, é um todo em si, e, de outro lado, é parte de um todo mais vasto. Leio estas coisas em busca de um vestígio de inteligência, de um aceno de esperança, de um sinal de dignidade, ao menos para que possa defender o meu país ante o trono da ignomínia. São observações esparsas, as minhas, não pretendem traçar um diagnóstico de conjunto, mas indicam fortemente no sentido de uma suspeita: a suspeita de que algo no cérebro nacional não vai bem. E diz o jornal Negócios que “Alexandra Reis aterra no Governo com 500 mil euros de indemnização paga pela TAP”. Concordo! Há já décadas em que os portugueses não têm nada a comunicar ao mundo senão os ecos dos seus saques domésticos. Recebeu a indemnização em Fevereiro passado. E por aqui me fico. O presente escrito, portanto, trata daquilo que não existe; VERGONHA!


Mário Rui
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