quinta-feira, 23 de junho de 2016

Pacifiquem-se, meus amigos.(16.06.2016)


Deputada inglesa que se opunha ao Brexit morreu no hospital após ter sido baleada e esfaqueada
Pacifiquem-se, meus amigos. Matar, é matar. E se muitos continuam a instigar ódios que assassinam, fundados apenas em posturas tão imbecis quanto o são as reacções aos contextos e impulsos do momento presente, então as notícias vão certamente continuar a falar de um destino futuro a um só tempo trágico e desastroso. É que não se matam crenças, maneiras de ser, tendências pessoais, gostos, modos de vida. Ceifam-se vidas humanas, só porque sim. E choca-me saber que antes e depois de toda a bala assassina que deforma o mundo ter cumprido o seu fatídico papel, ainda encontre gente incapaz de assumir a sua própria culpa no engrossar destes actos, se mais não fosse, já chegaria o facto de serem plateias incitantes. A culpa não é do destino. É nossa! Talvez não fosse inútil, a quem mata, mas também a quem ovaciona disfarçadamente tanto rancor, arrancar a semelhante raiva uma palavra de contrição. E tanto se me dá que a morte se chame Orlando, Paris, Bristall, Istambul, como não. Não obstante tudo, a “legitimidade da história” não pode convocar a idade medieval à vida de hoje.

Mário Rui
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