quinta-feira, 23 de junho de 2016

Ponte da Varela - 52 anos depois.



52 anos depois
Parabéns, Varela. Há pontes íntimas, familiares, incapazes de dar um passo sem que os vizinhos não saibam.
Não sei por quantos mais anos nos servirá de passagem para a outra margem. Só sei que mais de meio caminho da jornada está percorrido, quer seja para um lado ou para o outro. E que o diga quem vai e vem. É um desinteressado mas sincero afecto aquele que nos argamassa ao embalo nostálgico da travessia da Varela, como se não fosse desde logo motivo de paixão o simples facto de almejarmos a Torreira tão modesta, tão lavada, tão risonha. Sem o consentimento de tabuleiro que tantas fisionomias exibe aos nossos sentidos, a viagem ficaria sempre sem poesia de observação. Sabendo-lhe um pedaço da história, que se liga à história de nós todos, acabo sempre com a ideia de que todo o espectáculo da Ria, depois do mar, da praia e da nossa fruição, é a tempo constante feito especialmente para o seu e nosso gozo.


Mário Rui
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