domingo, 14 de agosto de 2016

Do estado das coisas e das influências em jogo

 
Pedem mais e melhores meios, pedem tudo isto com a lógica da desgraça que ano após ano se abate sobre eles e também sobre todos nós. A resposta que ouvem e sentem vem sempre embrulhada na retórica dos lamentos ou, quando muito, nas galas das linguagens que na suposição de mostrarem solução que se veja, mais cheiram a tramóia política do que a recurso que apague aos primeiros instantes um Verão repetidamente vermelho de fogo. Respostas em forma de um estilo falante empolgado e guindado à gramática que, julgam, tudo vai resolver. Mas afinal nada resolve posto que, tenho eu a certeza, fogo que arde não respeita gramática. Fogo que arde só respeita os que o enfrentam no terreno, os que sabem que não basta deixá-lo morrer; os que sabem que é preciso é matá-lo à nascença. Calar-me-ia se me achasse a ofender as políticas que descarregam fortunas sobre bancos e banqueiros falidos, mas não me calo porque não incomodo. É que são exactamente essas mesmas políticas que depois contam porfiadamente uns tostões que possam salvar da cratera abafada, mortífera, aqueles que honradamente se atrevem a cruzar o caminho que leva á ladeira de algum abismo. É isto que temos; poderes que dão galanteios a trapaceiros, classe enfrascada em vigarice que deita a perder um país, e tristes desonras a homens de singelo carácter. Havemos nós de honrá-los, aos bombeiros.
Mário Rui
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