domingo, 14 de agosto de 2016

Indústrias modernas


Indústrias modernas (LER AQUI)
Eu sei que sou um tipo com um eixo nervoso demasiado amolecido. Deve ser esta a parte do meu eu que me encurta as vistas, embora, por outro lado, me ache pessoa que gosta de dar a cada um, pelo diálogo e bondade dos simples, uma vida independente de modo a que todos e quaisquer uns possam ser eles mesmos. Mas, ainda assim, pese embora a dita curteza de visão, continuo um reaccionário no que a algum espírito científico diz respeito. O que me vai restando de conhecimento é quase uma vergonha tão pouco é o sumo que o reveste. No entanto, sem querer incomodar excessivamente quem porventura assista à minha ignorância, quero afirmar que da natureza, isso sim, percebo as paisagens, o mar, o céu, as flores e por aí em redor. Chega-me, pois esta é a única maneira de acreditar que todos os antigos meios de impressionar ainda não perderam a eficácia. Quanto ao tal “admirável mundo novo”, não todo, mas em especial o da feira franca das ciências e indústrias modernas que palpita de sensações mas em particular de exóticas aspirações, dele fujo tal é a diversão de ritmos impostos na procura de certos modos de vender. Pior do que isso, pergunto-me; qual há-de ser a consequência lógica desta marcha? Não sei, mas por mim estou dispensado de a curar pois nela não votei! Na consequência e muito menos na origem dela.
 

Mário Rui
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