sexta-feira, 11 de outubro de 2019

Dias da boa-vontade

Às 9h00 do dia 5 de Outubro de 1910, foi proclamada a República a partir da varanda dos Paços do Concelho de Lisboa.
Às 00h00 do dia 5 de Outubro de 2019, começou o dia de reflexão, é o que dizem por aí.
Desta infusão medicamentosa para eleitores, gosto pouco, dispenso-a bem.
Acabadas que estão mais umas tantas ‘alegres campanhas’ - diria Eça «…nasce enfim o dia, o domingo desejado» - amanhã lá cai o voto de confiança do cidadão.
Isso sim, é um afastar do jugo dos costumes marotos com que tais dias de promessas, de azedumes velhos, de discursos contraditórios, de sondagens e de reflexão, impregnam tendenciosamente os eleitores, sendo esse o momento em que cada um se tranca estritamente em si e a certeza da soma, se ninguém a fintar, voltará a chamar-se solenemente aritmética.
Perguntar-se-á, porém:
- “Como é que se finta a soma na aritmética?”
- Finta-se sempre que damos o nosso voto inteiro e a seguir nos sentimos diminuídos por não nos terem avisado previamente da adição de outras parcelas.
Isto é, os votos nunca deveriam exceder as conveniências dos que perdem. Espero que assim seja amanhã!
Mário Rui
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