sexta-feira, 11 de outubro de 2019

O Polvo

 
Eu já há muito que desconfiava que assim era. A julgar por aquilo que tenho visto e sentido, são mesmo seis braços e duas pernas. No entanto, ainda há quem defenda, como mínimo, doze braços e quatro pernas. Mas não riam. Para mim existe uma completa explicação lógica neste dobrar de membros e cada um que julgue o que entender. Limito-me a dá-lo a conhecer aos meus amigos, rogando-lhes o obséquio de terem cuidado com outras informações ou com análises respeitantes a este polvo. Isso, a mim, astrofísico de nascença por parte da minha bisavó, parece-me um grande disparate. Sobretudo se for para lhe dar mais membros tentaculares. Já chega o que chega. Não obstante, acrescentarei que o dito polvo mostra ser, após feitos vários testes, ou não fosse eu, repito, astrofísico de nascença por parte da minha bisavó, bicho bem inteligente. Talvez até o mais esperto entre os invertebrados e ainda mais astuto entre numerosos achados vertebrados. A propósito: astrofísico é o gajo que, na parte da economia e finanças, estuda em particular os animais aéreos, terrestres e marítimos que julgam ter vértebras. Certo? Eu bem sabia, a minha bisavó também não era de me enganar. Até inglês me ensinou! O que, de resto, me fez postar a imagem do polvo que já não tem oito pernas. Agora vou mas é estudar a vaca portuguesa que se arma em fina, pois uma vez metida no meio dos cabritos mais não quer senão encabritar-se. O “case study” – lá está a lição de línguas da minha bisavó – da conversão dos touros em cinéfilos, analisarei depois. Vou dando notícias da coisa.
 
Mário Rui
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