sexta-feira, 1 de maio de 2020

Ainda bem!


Foram à reunião à mesma hora, na mesma cidade, no mesmo prédio, o mesmo interlocutor e todos de gravata. Ainda bem!

Tão iguais, tão parecidos, tão semelhantes, tão estruturalmente dedicados, que apenas o sistema capilar torna fácil distinguir o Filipe do Nuno e o Varandas do Pedro. Se for ao contrário, vair dar ao mesmo. Ainda bem!

E não tiveram que provar as suas identidades pois se tivessem de o fazer, todos tinham de se descompor! Ainda bem!

E nenhum disse; - a sua presença nesta casa é desnecessária, para não dizer inoportuna, inconveniente e censurável. Ainda bem!

O resultado? Um empate, com prolongamento e tudo. Ainda bem!

Simplesmente fantástico. Com toda a certeza não houve tamanho regozijo quando D.João I arrumou com os espanhóis em Aljubarrota. Ainda bem!

Enxugo a fronte às costas da mão e saúdo-os pela união. E digo-lhes adeus com a mão, com a mão aberta. Ainda bem!

Vê-los juntos e aprumadinhos, foi um consolo. Ainda bem!

Só não desejo é outra pandemia como razão única capaz de os voltar a juntar. A de hoje, é-nos muito cara. Ainda mal!

Bem que já podiam ter feito destes ajuntamentos cordatos a razão de ser do nosso futebol.

Mas como o Verão, que é o futuro do verbo ver, está à porta, logo veremos, que é para eu voltar a dizer; AINDA BEM!



Mário Rui
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