domingo, 17 de maio de 2020

E vem aí a praia, que vai certamente ser hora de outras irresponsabilidades


Se um dia destes ainda houver risco e gravame maior do que aquele a que assistimos ontem, e isto porque certas naturezas têm necessidade psicológica de arranhar a paciência dos sensatos, eu proponho então que se comece a fazer a encomenda das lápides que assinalarão o acto heróico dessas faúlhas de substância rebelde que se acham no púlpito, exigindo de cátedra, negando a ciência, preferindo a tribuna e violando a lei, através dos títulos rotos dos seus direitos(?).

E vem aí a praia, que vai certamente ser hora de outras irresponsabilidades, hora de outras imprecações veraneantes, também de outros anátemas, outras interpelações súbitas e até a cólera dos fora-da-lei vai golfar.

Pelas amostras tidas, é isto mesmo que vai acontecer se nada se fizer que obste a essas vicissitudes cruéis.

E se não me quiserdes aceitar como adivinho fiel desses futuros dias, com os quais me desconsolo, aceitem pelo menos o conselho: trave-se a onda que nos pode levar ao abismo.

Olhem que posso não ser grande na inteligência, mas acho-me grande entre os experimentados a ver a fraqueza de cabeça de muita gente.

Na praia, há muita areia. E cabendo a vez a muitos de nela enfiar a cabeça, fica a sugestão quanto ao buraco onde a meter.

E não há querer, ou não querer. Se executada a medida, mais não fará senão arrefecê-la e esvaziá-la de ruinosas imoderações.




Mário Rui
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