domingo, 18 de setembro de 2022

"Fui cuspido e insultado. Tive de tirar a minha filha dali"

“Mais uma semana, mais uma a motivar reflexão no futebol português – e de novo a envolver uma criança que tinha como único objectivo assistir a um jogo. Desta vez, o episódio aconteceu no Estádio Coimbra da Mota, no Estoril, e obrigou a que uma menina saísse com o pai dos lugares para onde tinham bilhete”.

Para mim, o que vale para uns, vale também para os outros. Fazer igual ao que aconteceu em Famalicão, tem como objectivo apenas isto; produzir a confusão que consolide a ignorância e a estupidez em definitivo por parte de gente que não faz falta nenhuma ao futebol. Entre as dúvidas, as de sempre, isto vai dar certo? O pai e a criança iriam causar algum terramoto na bancada do Estoril? Mas as surpresas derrotam as dúvidas e é por isso que no futebol nacional tudo se apresenta pela óptica da anormalidade. A violência, a pobreza de espírito, o todo-poderoso, o ódio e por aí fora. Tudo muito mais incongruente e violento do que possamos crer, imaginar. Esta foi mais uma mancha que mobilizou as massas arrogantes, na girândola louca do fanatismo. Afastar este adepto e a criança, é mais um “triunfo” da fase caótica num país de gente abjecta, num futebol sem responsáveis que ponham mão a actos deste calibre, responsáveis que, produzindo uma legião de adultos frustrados, alienados e incapazes de lidar com a realidade e com a responsabilidade, mais não fazem senão vender como normalidade as coisas mais anormais do mundo da bola. É assim que todo o tipo de charlatão-dirigente, desde logo o presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, prospera em Portugal e em particular no futebol!


Mário Rui
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