domingo, 18 de setembro de 2022

O menino de 10 anos com a camisola do Benfica

O menino de 10 anos com a camisola do Benfica

No estádio do Famalicão um jovem adepto de 10 anos foi obrigado a retirar a camisola do Benfica, por não estar sentado na zona afecta aos visitantes. O caso tem gerado muita polémica nas redes sociais entre os benfiquistas, mas não só. Pedro Proença, presidente da Liga Portuguesa de Futebol Profissional, acabou por reagir a este episódio no seu Twitter, dizendo que “Se queremos que o Futebol seja uma festa para as famílias, temos de refletir quanto ao significado de uma criança ser obrigada a despir a camisola do seu emblema pelo simples facto de estar numa bancada onde a maioria dos adeptos torce por outro clube”. Palavras, leva-as o vento. E de figuras de retórica em que a significação habitual do que se diz nunca é substituída por outra que melhor se perceba, estou eu farto. Se não nos comove aquilo que verbalizou, também não nos pode mover a sua esperteza. O que seria mais eficaz era ter feito declaração com mais seriedade, e tendo o conhecimento de causa à mão, não nos iludir pelas falsas alternativas da propaganda imediata. Em lugar de “refletir”, é preciso é “Fazer”, isso sim, um verbo transitivo que significa dar existência, ser autor de medidas, criar, obrar. Pedro Proença, não adie para as calendas gregas o dever de perguntar o que é o futebol em Portugal, coisa que deveria ter feito há já muito tempo e que só poderia servir-lhe para já ter realizado o que nunca fez; não obra de fancaria, mas antes obra de justiça e união. Realmente, o menino de dez anos era bem capaz de incendiar a bancada do adversário. Veja lá se percebe sobretudo a realidade humana, que vale para além de toda condição de adepto com ética bem definida, mas não vale para o adepto, sem ética, proibido de entrar legalmente em estádios de futebol e lá está em todos jogos, sem que, por isso, seja importunado por quem quer que seja. Impunidade absoluta, ou então segregação total!


Mário Rui
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