segunda-feira, 14 de novembro de 2022

Quando o sorrir era consolo no desconsolo

Em busca do sentido

Quando o sorrir era consolo no desconsolo.

Os que trilharam verdadeiramente esse caminho, e infelizmente foram muitos, pouco espaço tiveram para falarem da sua própria existência e do propósito das suas vidas. Aceitar o infortúnio e tornar-se parte deste, ia até ao ponto de deixar de percebê-lo. Pergunto e torno a perguntar porque razão esta vida era um processo de resistência que se prolongou por tantas décadas. Para escapar ao confinamento da pobreza e ao “feitiço” e ilusões desse tempo, os remediados pouco ou quase nada podiam fazer. Aceitava-se a cegueira social dos mandantes, pois diante das injustiças, só se podia sucumbir à desesperança. Diminuir o homem, ou a mulher, foi a exagerada medida de que alguns se serviram negando a luz no meio da escuridão aos que mais precisavam de claridade. A verdadeira escuridão estava muito próxima da dor, mas poucos a quiseram perceber. Era mais fácil deixar os pobres desatinados e sem entenderem o enredo de então e o seu final. Esquecer isto, nunca mais. Os pobres morriam de fome e alguns governantes de antanho iam morrendo de medo pardo. Lamento é que um engano que ainda persiste é o de que “antigamente é que era bom”. Até parece que havia um país digno de ser vivido.


Mário Rui
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