quarta-feira, 1 de julho de 2009

Jornalismo de primeira (?)

O episódio, digamos, patético, da passada sexta-feira, 22 de Maio, protagonizado por Manuela Moura Guedes e Marinho Pinto no Jornal Nacional da TVI, é motivo suficiente para a crónica que está a ler. Enquanto estudante de Jornalismo, é oportuno dizer que o que Manuela Moura Guedes fez e , de alguma forma, faz, representa tudo aquilo que não se deve fazer em Jornalismo.
Para quem não assistiu ao incidente, pode dizer-se, em poucas palavras o seguinte: Marinho Pinto ‘descascou’ a pivô do Jornal Nacional, criticou o seu trabalho enquanto jornalista e quase perdeu a cabeça por considerar vergonhosa a forma como Manuela Moura Guedes conduz um jornal televisivo. Nada que aos mais atentos ou mais conhecedores da matéria tenha surpreendido.
Confesso que a minha vontade de dissertar sobre o mau jornalismo que se faz na TVI é antiga, mas, para mal dos meus pecados, malogradas todas as tentativas. Pena minha! Mas, finalmente, eis uma oportunidade de ouro para questioná-lo.
Não quero com isto generalizar, nem tão pouco contestar os bons profissionais que trabalham em tão popular estação. Quero sim, alertar para o que considero ser uma profunda falta de profissionalismo que, em muitos casos e para a maioria de nós, passa despercebida. Por outras palavras, um total desconhecimento do Código Deontológico dos Jornalistas, que ultrapassa (pelo menos dois) limites: o do profissionalismo e até mesmo o do eticamente razoável.
Temo, assim, que a má imagem que se tem ou vai tendo do jornalismo em Portugal, contribua para a moleza e apatia de um povo até então habituado a combater as injustiças que teimam em fazer frente ao seu orgulho. Mas não será esse jornalismo, por outro lado, causa e consequência de um povo que quer e gosta do frenesim, da vida alheia, do ridículo e do extraordinário? Isso sim, garante audiências, sobretudo na TVI.
Certamente não ajo de má fé se disser que desta forma caminhamos lentamente para um jornalismo de segunda, por um caminho degradante que não dignifica os bons profissionais que lutam por um jornalismo de excelência, como se faz lá fora (às vezes). Fica o aviso!
Para terminar, resta-me apenas dizer, com justiça, assim creio, ‘cada macaco no seu galho’. Não é, Manuela Moura Guedes?!

Rui André de Saramago e Sousa da Silva Oliveira

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