quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Teoria das relações humanas

Aos pais, amigos, ex-namorada:
O título com que começa a dissertação de hoje pode ser enganador. Em primeiro lugar, porque creio não haver fórmula ou teoria algumas para explicar o complexo mundo das relações humanas. E, por outro lado, porque muito provavelmente eu não tenho credibilidade nenhuma para falar sobre isto. Ainda assim, e por força das circunstâncias, parece-me oportuno reflectir sobre aquilo que penso ser a base para relações humanas futuras mais saudáveis. E bom, para uma introdução só resta dizer que esta não é mais do que uma tentativa de me desculpar pelos erros que cometi e pedir desculpa às pessoas que magoei.
Alguém uma vez me disse que as relações humanas se mantêm constantes e inalteradas há séculos. As pessoas são diferentes, é certo. Mas o modo como se relacionam entre si será assim tão díspar? Acho que comecei mal. O que eu quero realmente dizer é que, apesar da diversidade de pessoas que nos rodeiam, com os seus defeitos e virtudes, é essencial que valores como a tolerância e o respeito sejam os pilares para uma relação saudável. E digo isto porque eu, com os meus defeitos e virtudes, nem sempre fui capaz de respeitar e tolerar. Por isso, para que me sirva de lição futura, esta parece ser mais uma crónica de consolo pessoal, do que algo propriamente “consumível” para os leitores.
Aquilo que nos define não é propriamente aquilo que dizemos, antes aquilo que fazemos. Ainda assim, como esta me parece ser uma visão demasiado egoísta de ver as coisas, eu prefiro pensar que nós somos aquilo que dizemos e fazemos. Há, pois claro, a evidente contradição de, por vezes, as minhas palavras não coincidirem com as minhas acções, mas sobre isso eu não tenho qualquer explicação plausível que me possa safar desta. E é aqui que entra o respeito e tolerância. Por isso, a todos os que iludi com as minhas palavras e magoei com as minhas acções, um sincero pedido de desculpas.
Agora que li e voltei a ler vezes sem conta esta crónica e tenho a sensação de que não estou a dizer nada de jeito e de que há a grande probabilidade de ninguém (incluindo eu) estar a perceber onde quero chegar, fico-me na esperança de que todas as pessoas que magoei e, eventualmente, magoarei, me perdoem os erros e as desgraças que, consciente ou inconscientemente, cometi. Porque no fundo, eu nunca deixei de gostar de todas elas.
E fica um aviso à navegação: as coisas boas da vida não se medem pelo tempo que duram, mas pela intensidade com que são vividas!
Rui André de Saramago e Sousa da Silva Oliveira

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